
TÍTULO: O Resgate do Tigre
AUTORA: Colleen Houck
EDITORA: Arqueiro
PÁGINAS: 432
Tenho de ser sincera que tinha altas expectativas para a continuação de "A Maldição do Tigre". O primeiro livro tinha me proporcionado bons momentos de leitura (apesar do romance meloso e de uma protagonista extremamente irritante), e por fim resolvi dar uma chance ao segundo livro, que aparentamente daria um maior destaque à Kishan, meu personagem favorito da saga.
Confesso que a capa também me influenciou. Ela é simplesmente linda e bem detalhada, como todas as outras da saga.
Começamos acompanhando a volta de Kelsey à sua casa em Oregon, e bem, todo o seu "mimimi"... Sim, essa primeira parte é realmente muito cansativa, pois obviamente Kelsey ainda tem fortes sentimentos em relação ao seu tigre Ren, e se arrepende muito de ter retornado (apesar de ser muito orgulhosa para afirmar isso). Mas, por favor: a autora precisa repetir essas confusões amorosas na mente de Kelsey durante TODO O LIVRO? Para a felicidade dos leitores, Dhiren vem ao seu encontro nos Estados Unidos, assim como Kishan. Tudo estaria ótimo se Ren não acabasse sendo capturado por Lokesh, o que obrigaria Kelsey à retornar a Índia para quebrar a segunda parte da maldição e resgatar seu amor.
Acompanhada de Kishan, o tigre negro, Kelsey embarca em uma nova busca, dessa vez mais arriscada e intrigante, para depois conseguir libertar Ren do cruel Lokesh.
As melhores partes do livro envolvem as buscas. A autora é muito detalhista e descreve todas as tradições indianas excepcionalmente. As comidas, os templos, as vestimentas, a religião, as pessoas... Colleen Houck desperta a imaginação do leitor durante toda a narrativa. Todas as missões tem relações com mitos e lendas que realmente existem por lá, e considero esse o ponto alto da série. As criaturas mágicas, os animais falantes, os deuses... É tudo incrível, e Colleen nos deu a opurtunidade de desfrutar a rica cultura que a Índia possui.
Agora, a respeito dos personagens, havia muita coisa que podia ser melhor trabalhada. Primeiramente, o que mais me deixou indignada: me digam onde está o "bad boy" da sinopse? O cara de personalidade inconstante e humor ácido? Kishan passou o livro inteiro agindo mais como um gatinho do que como um tigre. Acho que até Ren já foi mais ousado. Sério... Roubar um beijo agora faz de um cara o "bad boy" da história? Apesar de amar ele, me desapontei com suas atitudes, principalmente em relação à Kelsey. E falando nisso, o que a Kelsey tem que todos os caras ficam apaixonados por ela em quinze minutos? Ela é uma das personagens mais sem sal das sagas: não faz nada, só reclama, e em poucos momentos se mostra útil para algo. Me expliquem agora como todo mundo ama a Kelsey!
A parte da ação superou à do primeiro livro em muitos aspectos, mas foi deixada em segundo plano com muita frequência. Houveram alguns combates e momentos tensos, principalmente ao final da história.
Concluindo, "O Resgate do Tigre" tinha tudo para ser melhor que o primeiro. Mas a mal caracterização de certos personagens, dramas desnecessários, páginas a mais do que era realmente preciso e um final decepcionante estragaram todo o universo maravilhoso que Colleen nos ofereceu.
Não sei se vou dar uma chance ao "A Viagem do Tigre", pois soube que novamente Houck focará no conflito romântico de Kelsey, que certamente se tornará mais um daqueles triângulos amorosos forçados.
Se eu recomendo? Se você gosta de romance, recomendo sim. Se você não gosta desses relacionamentos melosos, acredito que não, apesar das partes envolvendo a cultura indiana serem maravilhosamente bem escritas.
NOTA:
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