segunda-feira, 2 de junho de 2014

Resenha - The 100




SINOPSE: Desde a terrível guerra nuclear que assolou a Terra, a humanidade passou a viver em espaçonaves a milhares de quilômetros de seu planeta natal. Mas com uma população em crescimento e recursos se tornando escassos, governantes sabem que devem encontrar uma solução. Cem delinquentes juvenis — considerados gastos inúteis para a sociedade restrita — serão mandados em uma missão extremamente perigosa: recolonizar a Terra. Essa poderá ser a segunda chance da vida deles... ou uma missão suicida.





TÍTULO: The 100 - Os Escolhidos
AUTORA: Kass Morgan
EDITORA: Galera Record
PÁGINAS: 287
ANO: 2014

Para aqueles que não sabem, eu recentemente passei a acompanhar a série "The 100", da CW, e me surpreendi muito com o desenvolvimento do enredo lá pelo meio da temporada. Foi então que descobri que a série era baseada em um livro homônimo, que para a minha sorte tinha acabado de ser publicado aqui no Brasil pela Galera Record. E a capa está lindíssima! Garanto que chamará a atenção até de quem nunca ouviu falar da série de TV.

A premissa do livro já está meio que batida no meio de todos estes livros futurísticos que vem sendo lançados nos últimos anos. Ao meu ver, não chega a ser uma distopia como "Jogos Vorazes" (apenas se considerarmos a sociedade da nave como "opressora", já que a mesma divide os habitantes em grupos e pune as mínimas infrações de maneiras extremas), pois senti que a intenção da autora foi puxar a história para uma ficção científica. Talvez seja esse o diferencial que The 100 tem para oferecer nesse mercado concorrido de livros young adult.

A história é narrada em terceira pessoa, o que pode trazer um certo desconforto durante a leitura dos primeiros capítulos. Senti que em diversas vezes Morgan teve dificuldade em expressar as reações e sentimentos dos personagens utilizando esse ponto de vista. É certo que ela falha muitas vezes ao decorrer da trama, mas nada que me faça não recomendar a leitura à vocês.

Cada capítulo é contado do ponto de vista de um dos quatro personagens principais: Clarke, a típica garota politicamente correta que se julga incapaz de perdoar um amigo do passado; Glass, que consegue fugir da missão apenas para perceber que estar na nave não seria uma tarefa mais fácil; Bellamy, um rebelde bad boy um tanto quanto estereotipado (imagem que, felizmente, Kass Morgan consegue mudar ao decorrer da história) que entra no grupo dos cem a fim de proteger a irmã menor; e Wells, filho do Chanceler (algo como um presidente na nave em que habitam), que se infilitra na missão para ir atrás da garota que ama.

O que realmente me incomodou foi o descaso que a autora teve com os outros personagens (com excessão da irmã de Bellamy, Octavia, e do suposto antagonista - porém falho - Graham). Em nenhum momento somos informados a respeito dos outros noventa e poucos que faziam parte da missão. Quem são? Quais seus problemas? O que descobriram na Terra? O que fizeram para parar lá? Eu fiquei a espera de respostas que, infelizmente, nunca chegaram. O romance bobinho de início parece ser um problema, mas não é nada meloso ou exagerado, passando a se tornar um ponto positivo na história.

Para quem vê a série, como eu, o livro é um bom complemento. Talvez a visão que você tenha deles na série o faça simpatizar mais facilmente com uns e com mais dificuldade com outros. Se a história é semelhante? Não leiam esperando algo parecido. A CW modificou totalmente a versão original, deixando apenas características do contexto e de determinados personagens (sendo que alguns nem mesmo existem no livro, e vice-versa) e suas personalidades.

De longe, o ponto de vista que mais me agradou durante a leitura foi o de Bellamy. O fato dele ser o meu personagem favorito na série talvez tenha ajudado nessa minha preferência, mas a verdade é que a narrativa de Wells é deveras parada e cansativa, Clarke não costuma apresentar algo novo além de seus conflitos internos e emocionais e Glass é um drama à parte. Em certos momentos, você não entende a necessidade de repetirem tantas vezes a mesma situação ou o mesmo problema.

Outra parte do livro que às vezes chega a ser desnecessária são os seus flashbacks. Cada personagem tem uma história repleta de controvérsias no passado, e eles mesmos aproveitam para contá-la por meio desses flashbacks ao decorrer da história. O truque é que tudo é narrado de pouquinho em pouquinho, para apenas mais ao final do livro termos a grande revelação do que realmente ocorreu.

Fiquei sabendo nessa semana que o livro terá mesmo uma continuação (o final fez com que, de certo modo, isso fosse inevitável) que será lançada no final do ano. Posso dizer à vocês que darei sim uma chance para "Day 21".

Concluindo, para fãs de livros do gênero, recomendo a leitura. As últimas páginas são intensas e fazem valer os momentos mais parados da narrativa. Se você ainda assim está com o pé atrás, assista a série primeiro. Sem dúvida nenhuma ela o agradará mais do que o livro.

NOTA:

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